Violinha
Dedilhando a corda bamba
Balança, dança, criança
Que derrama sangue e leite,
Sem saber que é bagunça,
Sem ciência da pungência
De coração a bater livre;
Sem temor de violência,
Tal viola de dez cordas
Que viaja em sua tangência;
Carência pura – coitadinha.
Violinha, peixinho sem mar,
Teus dedos precisam de corais,
De amantes, colares, diamantes,
Correntes de água ou cristais,
Vibrantes cores pra te acordar,
Te recordar de que és ânsia
De longa infância no lar.
Vã esperança: violar.
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Que inspiração!
Repara: VIOLAR é um verbo e VIOLA um instrumento….seria proposital? Ou inconsciente?
Como musicista nunca tinha pensado no verbo original até publicar o poema 😉